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Uma trajetória marcada pelo amor por educar. Pessoa preocupada com a humanização e a humanidade. É assim que a professora Leonina Fortes de Oliveira, ex-diretora do Colégio Centenário, entre 1981 a 1989, será lembrada por familiares e amigos. A aposentada morreu, por volta das 20h desta quarta-feira, aos 76 anos, em decorrência de complicações causadas por um câncer. Há quatro dias, ela estava internada no Hospital de Caridade de Santa Maria.
Nascida em Cacequi, Leonina percorreu diversas cidades do Estado, onde atuou como professora.Em Santa Maria, além de ficar a frente do Colégio Centenário por oito anos, também foi diretora da Escola Estadual Maria Rocha. Foi presidente da Organização Mundial para Educação Pré-Escolar (Omep) e uma trajetória bastante extensa na área da Educação. Com o marido Mário, bancário, teve as três filhas, Valeska, Waléria e Vânia. Anos mais tarde, chegaria mais uma mulher à família: a neta Júlia, que lembra com muito carinho sobre os ensinamentos da avó coruja.
- Ela era cantora lírica e sempre cantou para mim. Ontem, quando estava com ela no hospital, também cantei para ela, como uma forma de retribuir tudo o que ela foi para mim. Minha avó sempre me fez acreditar em coisas artísticas e me incentivou muito ao longo da minha vida. Era muito sorridente e feliz com a vida. Acho que uma das coisas mais bonitas é o jardim que ela cultivou por anos, em Itaara. Quem passa por lá, consegue ter noção de como é lindo aquele lugar, e era algo que minha avó gostava bastante - comentou a neta, Júlia Machado.
Há pouco mais de um ano, a família, com grande representatividade feminina, ficou ainda maior. A surpresa da chegada da primeira bisneta, Beatriz, logo deu espaço para um convívio de muito amor e ensinamentos.
- Acredito que a chegada da Bia tenha sido um grande presente para a minha avó. Juntas, elas puderam vivenciar muitos momentos maravilhosos e eu tenho certeza de que a minha filha vai ter boas lembranças de tudo isso.
E não foi apenas no círculo familiar que Leonina deixou marcas. No Centenário, onde o jornalista Marcelo Canellas construiu parte de sua trajetória estudantil, ela é lembrada como uma das figuras mais queridas. Em seu perfil do Facebook, Canellas prestou uma homenagem à "tia" Leonina (veja abaixo), como era carinhosamente chamada, e contou que, em meio a uma época ditatorial, a professora foi uma pessoa que prezou pelo humanismo.
- Foi um momento muito bacana na história do colégio. Em meio àquela época, ela tinha uma proposta extremamente cidadã e isso me motivou muito durante meus estudos. Passei a me envolver com movimento estudantil e até fui líder do Grêmio da escola. Depois, acabamos nos tornando amigos e, sempre que eu retornava a Santa Maria, costumava visitá-la - contou o jornalista.
A escola decretou luto oficial de dois dias.
O velório será realizado a partir da madrugada de quinta-feira, na Igreja Anglicana, no Centro de Santa Maria. O sepultamento da professora vai ocorrer no Cemitério Ecumênico Municipal, às 16h.